TOP 10 erros ortográficos graves
Erros de ortografia são comuns. Um erro ortográfico é um erro na forma correta de escrita de uma palavra, bem como no correto uso dos sinais de acentuação e sinais auxiliares.
Os erros ortográficos ocorrem, principalmente, porque não existe uma correspondência direta entre todos os grafemas e fonemas da língua portuguesa, ou seja, entre todas as letras e os sons que elas podem representar. Um som pode ser representado por várias letras e uma letra pode representar diferentes sons.
E tu? Cometias algum destes erros?
10- Concerteza.
A forma correta de escrita é com certeza, escrita separado. Nunca deverá ser escrita uma só palavra, mas sim duas palavras separadas. A palavra "concerteza", escrita junta, está errada.
Com certeza transmite uma noção de afirmação e de convicção. É sinônima de:
certamente;
sem dúvida;
decerto;
claro;
de certeza.
É uma casa portuguesa, com certeza. ✔️
É uma casa portuguesa, concerteza. ❌
Aqui existe uma locução adverbial, mas a maioria das pessoas confunde com um advérbio. São duas palavras diferentes!
9- Houveram.
O verbo haver, enquanto verbo impessoal, com sentido de existir, é conjugado apenas na 3.ª pessoa do singular (houve), independentemente da restante frase estar no plural ou no singular.
Formas corretas:
Houve problemas.
Houve mudanças.
Houve feridos.
Houve reclamações.
Formas erradas:
Houveram problemas.
Houveram mudanças.
Houveram feridos.
Houveram dificuldades.
Houve muitas pessoas no evento. ✔️
Houveram muitas pessoas no evento. ❌
8- Vêm e veem.
Existe a tendência a confundir o verbo ver e vir. A diferença reside em dois fatores:
o de pertenceram a pessoas e a verbos diferentes: vem e vêm, formas da 3.ª pessoa do singular e do plural (respetivamente) do presente do indicativo do verbo vir;
o da pronúncia, apesar de muito semelhante, devido à nasalação provocada pelo m final das três formas, é reveladora de diferenças: o acento circunflexo em vêm indica «o timbre semifechado da vogal tónica.
Dica: nós vemos com os 2 olhos, logo veem (para o verbo ver), leva 2 "e".
Eles veem a dobrar. ✔️
Eles vêm a dobrar. ❌
7- Fato e facto.
Esta é uma palavra de dupla grafia com o novo acordo ortográfico, porém muitas vezes pensa-se que perdeu o "c". Se dizes, escreves. Outros bons exemplos são surgem com as palavras dicção, sector, contacto, etc.
É um facto que existem alterações. ✔️
É um fato que existem alterações. ❌
6- Obcessão.
Há uma tendência frequente para confundir o verbo obsessão com a palavra obcecado. A grafia das palavras obcecado e obsessão justifica-se pela etimologia.
Obcecado é um adjetivo formado do particípio passado do verbo obcecar, significa, rigorosamente, que está cego, paralisado, que não vê claramente o que se passa, que tem o espírito ou o entendimento obscurecido, ofuscado.
Obsessão provém do latim obsessione, termo que significava ato de cercar, assédio, cerco, bloqueio, ocupação de uma estrada. Este significado primitivo evoluiu para outros: impertinência excessiva, ação ou efeito de importunar, de vexar alguém com persistência e assiduidade ou, ainda, estado de pessoa que se crê atormentada, perseguida pelo espírito maligno, pelo diabo e, em sentido figurado, ideia fixa, preocupação constante, mania.
Assim, os termos obcecado e obsessivo, provenientes de étimos diferentes, são sentidos, no português atual, como próximos a nível semântico.
Ele tem uma obsessão por animais. ✔️
Ele tem uma obcessão por animais. ❌
5- Interviu.
Intervir e entrever é o que há. "Interver" é inadmissível, porque não existe. É frequente, por isso, o erro de dizer (e escrever!) "interviu" por interveio. No verbo intervir entra o prefixo inter (na sua forma erudita, neste caso como em latim) e o verbo vir; em entrever, o prefixo evolucionou (já está aportuguesado em entre) e o verbo é ver (e não vir!). O perfeito deste último é, assim, entreviu (=viu por entre qualquer coisa, descortinou), ao passo que interveio quer dizer «teve intervenção».
O polícia interveio naquela confusão. ✔️
O polícia interviu naquela confusão. ❌
4- Duzentas gramas.
A palavra grama pode ter dois significados:
substantivo feminino, em que grama é a erva, a relva, a grama (do campo ou do jardim) – do latim gramina, plural de gramen, com significado idêntico;
substantivo masculino, em que o grama é a milésima parte da massa do quilograma-padrão e, muito aproximadamente, a massa de um centímetro cúbico de água destilada à temperatura de quatro graus Celsius (do grego grámma, escrópulo, antiga unidade de medida de peso equivalente a 24 grãos ou seis quilates).
Duzentos gramas de farinha. ✔️
Duzentas gramas de farinha. ❌
3- Existe + plural.
Este erro deve-se à confusão com o verbo “haver”, na sua forma “há”. Como escrevemos “há pessoas”, por extensão há quem escreva também, de forma errada, “existe pessoas”.
Existem pessoas naquele local. ✔️
Existe pessoas naquele local. ❌
2- Há des.
"Hás de" é a segunda pessoa do singular do presente do indicativo do verbo haver com a preposição "de". Neste caso, o verbo haver é auxiliar, conjugado em todas as pessoas, e significa «ser obrigado a; pretender; desejar». A outra forma não existe.
Hás de conseguir escrever um livro. ✔️
Há des conseguir escrever um livro. ❌
1- Há e à.
O “à”, forma contraída da preposição “a” com o artigo definido “a”, e o “há”, forma do verbo haver, continuam a suscitar muitas dúvidas. Em geral, escrevemos “há” quando podemos substituir esta forma verbal por “existe” e quando vem acompanhada de expressões que indiquem tempo (minutos, dias, semanas, anos…), podendo também substituir-se por “faz” ou "existe".
Já “à” acompanha, geralmente, expressões de lugar, no sentido de “ir a algum lado”. No entanto, quando nos referimos a momentos do dia (tarde, noite…), devemos também usar “à”.
A Joana foi à escola. ✔️
A Joana foi há escola. ❌
Agora não há razões para falhares estas!
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