TOP 10 locais obscuros em Portugal
Portugal é pequeno em tamanho, mas gigante em cultura. Nem nós, portugueses, sabemos o que nos aguarda dentro destes 4 cantos (e umas quantas illhinhas!)
Existem demasiados locais únicos e desconhecidos no nosso Portugal para não fazer um TOP 50, mas na verdade temos de nos conter! Contudo, agarra-te a este TOP 10 locais obscuros em Portugal e faz uma visita virtual a sítios que desconhecias! Diz lá que o nosso país não dava um autêntico filme de terror...
10- Mina de S. Domingos.
Uma mina abandonada aka uma paisagem pós-apocalíptica de edifícios abandonados e piscinas de água vermelho-sangue. Quem diria que isto é o nosso Portugal? Ninguém!
Localizada na região do Alentejo, em Portugal, a agora deserta mina foi usada pela primeira vez pelos fenícios e romanos. UAU, muito antigo!
Foi redescoberto no século XIX e alugado para a mineradora britânica que, com o objetivo de capitalizar a crescente demanda por cobre, construiu uma vila inteira perto das minas, incluindo casas, escritórios, instalações esportivas, um teatro, uma igreja, uma eletricidade estação e uma central telefónica.
Durante seu auge, foi uma das maiores operações de mineração da Europa, empregando milhares de trabalhadores. A maioria dos trabalhadores era portuguesa, enquanto os gerentes eram trazidos da Inglaterra e viviam numa seção separada da aldeia. Até à Primeira Guerra Mundial, o cobre era o principal produto, mas foi substituído pelo enxofre quando o uso do ácido sulfúrico se tornou mais difundido.
As poças de água são vermelhas pelo ferro e ácidas pelo acumular de produtos químicos ao longo dos anos. Hoje, a paisagem assombrada em si atrai visitantes, e as casas dos ex-gerentes foram convertidas num hotel, enquanto uma velha cabana de mineiro abriga um pequeno museu com alguns artefactos.
Fica a saber: o local pode ser tem acesso livre e existem ruínas perto da aldeia. As partes mais impressionantes da mina podem ser encontradas depois de uma boa caminha. Water, please!
9- Hotel Monte Palace.
Este hotel cinco estrelas abandonado é agora um destino de exploração urbana de cinco estrelas. Está empoleirado numa montanha isolada dos Açores, com vista direta para a Lagoa das Sete Cidades. Privilégio, pena estar abandonado!
Construído na década de 1980, como uma atração para os turistas que ainda conheciam os Açores como um local de férias, o hotel foi projetado para ser enorme, com vários andares e telhados pontiagudos, que lembram um pagode. Lá tinha tudo o que um turista em plenas férias pode desejar.
Infelizmente, parece que muitas pessoas não o fizeram. Após a inauguração em 1989, o hotel só funcionou por pouco mais de um ano. Agora, os exploradores urbanos que estão dispostos a fazer a caminhada até o resort no topo da montanha podem explorar os seus salões de baile desidratados e corredores em ruínas.
Fica a saber: o hotel, para todos os fins, encontra-se fechado, pelo que se quiseres fazer uma visita ao seu interior para ver a vista, estás por tua conta própria e risco. E se entrares, tem cuidado com possíveis companhias indesejadas!
8- Casa do Penedo.
O chalé português parecia muito improvável de ser real e os céticos imediatamente atacaram a casa como uma farsa de photoshop. ULTRAJE! Mas depois de um intenso debate, uma conclusão apoiada por um especial da emissora portuguesa e um artigo no Daily Mall balançaram a balança, quase literalmente. Apesar de algumas liberdades artísticas por parte do fotógrafo, a casa da zona rural de Fafe é de facto real. A casa foi até apresentada num filme português chamado “Lua”.
A construção foi inspirada nos Flintstones. O interior é simples e faz uma forte declaração arquitetónica. A propriedade é agora cercada por uma cerca de 1,5m de arame.
Fica a saber: a estrada até lá é muito íngreme e é preciso ter cuidado. O acesso é possível através da estrada do outro lado, embora com uma estrada estreita. No topo da montanha fica a casa. No entanto, nenhuma invasão é permitida e, como dissemos, foi colocada uma cerca ao redor da propriedade.
7- Pavilhão Chinês.
Primeiro, tocas à campainha, segundo entras num bar que parece tanto um museu quanto uma antiga loja de curiosidades. Conceitos estranhos, han?
Quando encontrares a porta vermelha situada no Bairro Alto de Lisboa, é porque chegaste! Instalado num prédio de 1901, que antes era uma mercearia, os cinco quartos do bar estão lotados com o stock pessoal de itens vintage colecionáveis e esquisitices do proprietário, preenchendo um amplo armário de curiosidades.
Existem capacetes e uniformes militares, pinturas vintage em todos os cantos e prateleiras com todos os tipos de bonecos e bonecos de ação. Modelos de aviões e barcos pendurados no teto escuro lutam por espaço com lustres de cristal. Em torno do balcão do bar, pratos de porcelana e canecas antigas pendem desordenadamente em torno de estatuetas de porcelana empoleiradas. E, POR FAVOR, se fores lá não esbarres no manequim do guarda do Palácio Britânico, ele é especial!
Pede um bacalhau, uma garrafa de vinho e aprecie os arredores neste animado estabelecimento/loja com bebida.
Fica a saber: o bar está aberto das 18h00 às 02h00 (em tempos normais sem COVID-19). E lembra-te, a sério, tens de tocar à campainha!
6- Cemitério de Âncoras.
Ninguém sabe quem colocou a primeira das centenas de âncoras enferrujadas ao longo das dunas da Praia do Barril. Mas os moradores continuaram a adicioná-los para homenagear a pequena comunidade de pescadores de atum que outrora florescia na área.
As âncoras serviam para pesar as redes de pesca do atum. A pesca na área era uma profissão perigosa e difícil, mas as águas imprevisíveis onde o Atlântico encontra o Mediterrâneo fervilhavam de atum rabilho. A técnica para capturá-los era exclusiva da área e provavelmente foi inventada pelos antigos romanos que colonizaram a área.
O Algarve prosperou na pesca do atum durante séculos, mas os pescadores locais tiveram de abandonar a sua ocupação na década de 1960, quando o número de peixes diminuiu. As suas âncoras foram deixadas na praia para enferrujar, até que alguém teve a ideia artística.
Fica a saber: o acesso à ilha e à Praia do Barril a partir da vila de Santa Luzia é feito através de uma ponte e, posteriormente, um percurso pedestre de 1,2km.
5- Hospital de Bonecas.
Tudo começou com uma mulher chamada Dona Carlota, que se sentava no seu alpendre e fazia bonecos de pano para as crianças locais. Eventualmente, as crianças traziam suas próprias bonecas para serem consertadas e Carlota agia como uma "médica" e remendava-as. Com o tempo, os seus serviços tornaram-se tão populares que conseguiram abrir um hospital de bonecas, em 1830, e a loja continuou forte por mais de 180 anos.
Este não é apenas um dos hospitais de bonecas mais antigos do mundo, mas também o lar de centenas de bonecas e das suas famílias. Ao longo das décadas, qualquer boneca que não fosse reivindicada foi adicionada ao seu, agora, extenso "museu". Na realidade, é uma coleção selvagem e lanosa de partes de bonecas separadas de mais de um século de estilos de bonecas. Existem prateleiras de cabeças e braços, caixas de olhos e prateleiras de “pacientes” semi acabados. Assustador q.b, concordas?
Fica a saber: por apenas 2€, podes ver muitos membros, olhos, camas de pacientes doentes e quartos cheios de visitantes. Do antigo ao novo, a extensa coleção de bonecos vai deixar-te nostálgico e surpreso(a).
4- Capela Santa Maria de Adelaide.
Nascida no Porto em 1835, Maria Adelaide cresceu num internato local, e depois num convento numa cidade vizinha, Vila Nova de Gaia. Foi lá que ela contraiu tuberculose. Por fim, o seu estado agravou-se tanto que os médicos aconselharam-na a abandonar o convento e a regressar ao Porto. Ela assim o fez, mas a mudança não foi suficiente e a sua condição piorou novamente. Desta vez, os médicos recomendaram uma mudança para uma área com muitos pinheiros e eucaliptos.
A sua vida inocente foi interrompida em 1885, quando um resfriado repentino agravou o seu frágil estado de saúde. Maria Adelaide foi sepultada no cemitério local, em Arcozelo, onde ela e a sua história permaneceram sem serem perturbadas durante os trinta anos seguintes Até que o terreno onde ela havia sido enterrada foi vendido a um novo proprietário.
A “santa” foi lavada por um grupo de mulheres, vestida com roupas novas e depositada numa urna, para que a população pudesse observá-la de forma ordenada. Ainda assim, eles acreditavam que Maria Adelaide era uma santa devido à sua bondade em vida e o seu corpo incorrupto na morte, e queriam que ela tivesse sua própria capela. Ela está deitada lá desde então.
Fica a saber: ela foi visitada tantas vezes que existe dentro da capela um museu. Lá, pode contar-se cerca de seiscentos vestidos de batismo, comunhão e noiva (dizem que a coleção completa vai bem acima de seis mil, embora simplesmente não haja como exibi-la), dinheiro de mais de vinte e cinco países, todos os tipos de cerâmica, joias, velas, relógios de pulso, camisolas de desporto, algumas próteses, fios de cabelo cortados, milhares de fotografias e bilhetes de agradecimento.
3- Universidade de Lisboa.
A primeira coisa que consegues observar ao entrar no teatro anatómico da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa é a única cabeça em conserva, em cima de uma prateleira. Amarela, de aparência pacífica e um tanto semelhante a uma batata. Tomara...
Diogo Alves nasceu na Galiza e desde cedo viajou para Lisboa, onde se entregou ao crime. Ele roubava fazendeiros e logo de seguida matava-os. Alves repetiu essa tal atrocidade por 70 vezes nos três anos em que atuou no Aqueduto. Mais tarde acabou por ser preso, julgado e executado. Mas a grande questão mantém-se: porque é que guardaram a cabeça dele?
Alves foi executado em 1841, quando a frenologia estava a aparecer em Portugal. Reconhecemos a frenologia como uma pseudociência hoje, mas naquela época achava-se que o cérebro abrigava todos os aspetos da personalidade de um indivíduo em áreas fisicamente distintas, e que traços de personalidade, incluindo a propensão criminosa, podiam ser sentidos, palpados e medidos diretamente no crânio do indivíduo.
Fica a saber: esta parte da universidade está aberta apenas a estudantes e normalmente não é acessível ao público. Triste, não é?
2- Capela dos Ossos.
Esta pequena capela foi construída com ossos humanos e decorada com um esqueleto dourado. Com grandes janelas e um santuário repleto de luz, o ossário de Faro pode ser um dos edifícios mais alegres feitos de ossos humanos que vais encontrar. Ok, pode parecer estranho, mas é verdade! Logo na porta tem um escrito que diz o seguinte: “Pare aqui e pense no destino que se abaterá sobre ti- 1816”, um lembrete útil colocado pelos monges carmelitas que construíram a capela.
Contudo, não é apenas decorado com crânios, as paredes são construídas com fémures e outros ossos, dando ao lugar uma simetria agradável, mas assustadora. O destaque deste ossário é um esqueleto completo coberto de ouro que fica pendurado na frente da capela.
A prática de mover ossos de lotes de cemitérios para ossários depois de um período de tempo no solo (geralmente de sete a dez anos) era comum em toda a Europa católica. Os ossos deste ossário são os restos mortais de 1.245 monges cujos ossos foram deslocados quando o ossário foi construído. Existem várias outras capelas de ossos em Portugal, sendo a mais famosa a de Évora.
Fica a saber: a entrada nesta capela de Faro tem um custo de 2€ por pessoal. E que a parte dos ossos está debaixo da capela. Cuidado, fecha à hora de almoço, ninguém quer monges com fome, certo?
1- Covão dos Conchos.
Este buraco aberto no meio de um lago remoto na montanha parece um portal para outra dimensão, mas desculpa dececionar-te... Na verdade o "portal para qualquer outro tempo ou lugar", é um funil feito pelo homem que conduz a um longo túnel. É, de facto, uma maravilha da engenharia.
Este lago na serra da Estrela foi criado artificialmente em 1955 durante a construção de uma barragem hidroelétrica próxima. Em vez de construir um gasoduto para canalizar as águas entre a Lagoa Serra da Estrela e a Lagoa, os engenheiros que trabalhavam na obra decidiram perfurar um túnel na montanha para ligar os dois lagos.
Tal foi projetado para fornecer água potável às comunidades próximas, mas o facto de não haver outras construções nas proximidades faz com que o funil pareça mais uma parte do lago do que uma parte de um projeto de infraestrutura. Além do mais, há plantas a crescer em torno das bordas do tubo de drenagem de concreto e granito, fazendo com que o buraco gigante pareça ainda mais natural. Este vertedouro de aparência sci-fi era um segredo pouco conhecido em Portugal até que as fotos do buraco se tornaram virais em 2016.
Fica a saber: o Covão dos Conchos está localizado no parque natural da Serra da Estrela e fica longe de qualquer cidade. A caminhada que leva a este magnífico buraco começa no Lago e tem cerca de 10 km de extensão. Certifica-te que levas bastante água e usas bons sapatos. Sabemos bem que aquilo tem muita água, mas não é para tu beberes!
Fonte: Atlas Obscura
Há um realidade desconhecida dentro do nosso país. Que tal dar uma oportunidade primeiro cá dentro?
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