TOP 10 ícones na luta contra a escravatura
A escravidão e o racismo são conceitos que sempre andaram de mãos dadas e que marcaram uma grande parte da história do Homem. É neste contexto que hoje, Dia Internacional da Abolição da Escravatura, te trazemos as 10 pessoas que mais impacto tiveram para que tal feito fosse alcançado!
O abolicionismo foi um movimento político que visou à abolição da escravatura e do comércio de escravos africanos. Desenvolveu-se, sobretudo, durante o Iluminismo do século XVIII e tornou-se numa das formas mais representativas de ativismo político do século XIX até a atualidade. Teve, como antecedentes, o apoio de alguns papas católicos e outras figuras importantes de algumas épocas.
10- Padre António Vieira.
Sim, é exatamente esse mesmo em que estás a pensar. O próprio Padre António Vieira que escreveu "O Sermão de Santo António aos peixes", que tantos alunos do secundário estudam. Nas suas muitas viagens, marcava a sua posição de abolicionista. Uma das mais influentes pessoas do século XVII em termos de política e oratória. Destacou-se como missionário em terras brasileiras. Nesta qualidade, defendeu, incansavelmente, os direitos dos povos indígenas e combateu a sua exploração e escravização. António Vieira defendeu também os judeus e a abolição da distinção entre cristãos-novos e cristãos-velhos. Criticou ainda severamente os sacerdotes da sua época e a própria Inquisição.
9- John Brown.
Abolicionista convicto que combateu a escravidão durante grande parte da sua vida. Durante a década de 1850, defendeu e praticou ações armadas com o objetivo de abolir a escravidão nos Estados Unidos da América. Em 1856, liderou o Massacre de Pottawatomie, no Kansas, onde o governo era extremamente pro esclavagista. Durante o acontecimento, cinco pessoas foram mortas. Mas a sua fama veio, principalmente, do ataque fracassado ao arsenal de Harpers Ferry, em 1859, que acabou com John preso. Foi julgado e condenado à morte por enforcamento. Durante o julgamento, os seus discursos ganharam projeção nacional. Brown foi chamado, entre outras alcunhas, de "o mais controverso norte-americano do século XIX" e "o primeiro terrorista doméstico dos EUA".
8- Susan B. Anthony.
Escritora, professora, ativista feminista, reformadora e abolicionista americana. Ao lado de muitas outras, também participou na luta pela conquista do direito de voto das mulheres. Com apenas 17 anos, Susan começou a organizar e recolher petições contra a escravidão nos Estados Unidos, e a construir a sua carreira como abolicionista. Mais tarde, Susan começou a organizar várias reuniões para se discutir o abolicionismo nos Estados Unidos, onde expressava, nos seus discursos, uma visão humanista e progressista. Era vista como sendo demasiado radical até para alguns membros pró-abolicionistas, que apoiavam o envio de escravos foragidos ou libertados para África, enquanto Susan apoiava a total integração destes na sociedade americana, com direitos legais e cívicos. Em 1856 tornou-se representante estadual da Sociedade Antiesclavagista Americana (American Anti-Slavery Society), e parte do movimento de ajuda a escravos Underground Railroad.
7- Angelina Grimké.
Angelina era uma abolicionista americana, ativista política, defensora dos direitos da mulher e defensora do movimento sufrágio feminino. Ela e a sua irmã foram as duas únicas mulheres "brancas" do sul dos Estados Unidos que se tornaram abolicionistas. Toda a sua vida foi uma religiosa ativa, da Igreja Presbiteriana. Foi na Igreja que começou a adressar o problema da escravatura nos Estados Unidos e a condenar o ato. Porém, nesta época, Igreja era a favor da escravatura e tinha arranjado "justificação bíblica" para a apoiar. Como Angelina era um dos membros mais ativos da comunidade religiosa onde se inseria, as suas palavras foram ouvidas com respeito, mas com muito pouco impacto. Quando propôs começar uma ação contra a escravatura e a Igreja rejeitou a ideia, começou a perder a sua fé e a deixar de se rever na Igreja Presbiteriana. Mais tarde acabou por ser expulsa mas juntou-se a uma nova organização, a Comunidade Quaker, onde as suas ideias eram aceites, e pode começar a tomar ações.
6- Sojourner Truth.
Nasceu no seio de uma sociedade esclavagista mas conseguiu escapar. Desde cedo se tornou numa famosa oradora na temática da defesa do abolicionismo e dos direitos das mulheres. Durante mais de uma década trabalhou como empregada doméstica. Foi nesse período de tempo que juntou a uma amiga e começou a dar sermões evangélicos nas ruas. O seu discurso mais famosos e marcante "Ain't I a Women" foi dado espontâneamente Convensão dos Direitos da Mulher em Ohio, onde defendia a igualdade de direitos, não só entre sexos, mas entre todos os humanos. Adressou assim também a temática da escravatura e marcou bem a sua posição enquanto abolicionista quando mostrou ser contra a escravatura e que os escravos deviam ser vistos como todas as pessoas e ter os mesmo direitos que todos os cidadãos.
5- Harriet Tubman.
Harriet nasceu escravizada. Felizmente, conseguiu escapar a tal crueldade e envolveu-se profundamente com a temática da escravatura, tornando-se numa abolicionista e ativista americana. Ao longo da sua vida, com a ajuda de uma associação de ativistas que detinham abrigos secretos para escravos, realizou mais de 20 missões para resgatar cerca de 300 pessoas escravizadas. A sua educação tornou-a numa religiosa devota, que sentia a necessidade de fazer tudo o que podia para acabar com a escravatura, até participar na Guerra Cívil dos Estados Unidos, na linha da frente a liderar ataques! Só parou de ser ativa nesta matéria quando uma doença a incapacitou. Começou a ser vista como um símbolo de resiliência, esperança e de luta.
4- Harriet Beecher Stowe.
Uma famosa escritora norte americana que era conhecida por ser abolicionista. Ao longo da sua vida escreveu bastantes livros à cerca da escravatura e marcou bastante bem a sua posição como antiescravista. A forma como escrevia teve grande impacto nos Estados Unidos e em Inglaterra, influênciando e inspirando as pessoas a lutar contra a escravatura. Quando conheceu Abraham Lincoln, presidente dos Estados Unidos na altura, o mesmo disse-lhe que o seu mais famoso livro "Uncle Tom's Cabin" foi uma das razões que fez começar a guerra cívil americana, motivando e convencedo pessoas do quão errada era a escravatura, e dando razões para fazer frente a tal atrocidade.
3- Abraham Lincoln.
Abraham Lincoln foi o 16º presidente dos Estados Unidos. Em 1862, assinou a Proclamação Preliminar da Emancipação, onde ilegalizou, formalmente, a escravatura nos Estados Unidos, tornado todos aqueles que era escravos em pessoas livres. Abraham foi assassinado a 15 de abril de 1865. Contudo, o breve tempo em que esteve no poder do páis, Lincoln liderou-o de forma bem-sucedida durante sua maior crise interna americana, a Guerra Civil, preservando a integridade territorial do país, abolindo a escravidão e fortalecendo o governo nacional. Até aos dias de hoje, a sua filosofia e as ideias que defendia, moldam a democracia em que os Estados Unidos vivem, e influencia muitas outras pelo mundo fora... já para não dizer todas!
2- William Lloyd Garrison.
William foi um abolicionista, jornalista e reformador social dos Estados Unidos. Ficou conhecido por ter sido editor do jornal abolicionista " The Liberator", e um dos fundadores da Sociedade Antiesclavagista Americana. Denfendia ainda que a Sociedade não deveria aderir a nenhum partido político, e que as mulheres não podiam ser privadas da participação em actividades sociais. Desta forma, adquiriu mais apoiantes para a sua causa, que o viriam a apoiar, incansavelmente, na sua luta contra a escravatura. Enquanto alguns outros abolicionistas da época apoiavam a emancipação gradual, Garrison apelava à emancipação completa e imediata de todos os escravos, marcando a sua posição como um dos opositores mais radicais à escravatura na América.
1- Frederick Douglass.
Filho de uma escrava, e que desde cedo sentiu os horrores da escravidão. Em 1838 conseguiu escapar e tornou-se num celebre abolicionista, estadista e escritor. É considerado uma das figuras mais importantes na abolição da escravatura. Foi dos mais eminentes afro-americanos do seu tempo, e dos mais influentes na história dos Estados Unidos, sobretudo durante o período da Guerra Civil, e durante o processo da abolição da escravatura, para o qual pressionou e lutou ao lado do então presidente, Abraham Lincoln. Graças a toda a sua luta, Douglass ficou conhecido como "o pai do movimento pelos direitos civis" dos Estados Unidos. A sua importância foi tal que, a sua última residência na capital tornou-se patrimônio histórico nacional.
Todas as lutas e sofrimento que todas estas pessoas passaram para abolir a escravatura foram infindáveis. Devemos muito a todas estes e a muitas outros que lutaram pelo mesmo objetivo, e que dedicaram muita ou toda a sua vida a este propósito.
Contribuiram para um mundo melhor, alcançando mais um passo para a igualdade entre pessoas! Porém, a influência destes movimentos estendeu-se muito além do seu principal objetivo. Começaram como uma luta para acabar com a escravização, mas para além de terem um impacto social, influênciaram a política e a economia. Com o desenvolvimento destes movimentos no centro de uma sociedade influênciada pelo Iluminismo e pelas suas ideias, o ablocionismo acabou por se tornar num movimento político-social que causou grandes reformas em muitos governos por todo o mundo. A desefa dos ideais iluministas chegou aos mais altos cargos do poder e contribuiu para que a política se torna-se naquilo que é hoje.
Mas já nos estamos a afastar da temática central deste problema! A principal lição que podemos daqui tirar é de que somos todos iguais, independetemente da raça, posses ou classes sociais. Um ser humano é um ser humano e todos somos iguais e temos os mesmos direitos!
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